Tuesday, November 14, 2006

Free your mind.

Este é daqueles momentos em que tudo parece bem.
Ainda estava em Portugal mas talvez o facto de estar bem na orla costeira, quase dentro do oceano, fez-me sentir que não existia o Portugal de todos os dias, violento, pobre, mesquinho e hipócrita!

Estar ali bem perto do oceano Atlântico, de costas viradas para Belém, para o parlamento e para a assembleia mais tudo o representam, fez-me esquecer tudo e sentir bem comigo e com os meus.
Os surfistas e as gaivotas a poucos minutos do escuro da noite, no meio de água gelada e revolta, eram um refúgio para a mente que apenas o sol num tom anormalmente vermelho conseguia suplantar, aumentando ainda mais a sensação de leveza e liberdade.

Por momentos esquecemos dos problemas e vivemos um momento único que se repete todos os dias, ou quase todos. Mais de nós devíamos tirar partido destes momentos, que nos revitalizam a força de vontade e a capacidade de suportar todas as privações e afrontas do dia a dia.
Valeram mais aqueles minutos do que muitas horas de supostas boas notícias económicas e politicas… que a bom ver nada valem!

Por do sol, um momento de prazer… num dia calmo e sem stress! A cereja em cima do bolo!

PS: a cor anormalmente vermelha do dia, deve-se (como não podia deixar de ser) a uma enorme queimada que as obras do programa Polis na Caparica provocam!!! Penso que isto é crime, mas só e apenas se for provocada por um particular ou um Zé-ninguém! Estarei errado?

Monday, November 13, 2006

Imaginação gratuita…

Nos últimos dias tenho andado mais atento ao que se passa em meu redor! E quando digo atento não me refiro a olhar para o chão na esperança de achar alguma nota de 500 euros (que muita falta faz) mas sim ao facto de reparar em pormenores.
E hoje, reparei em alguns que me fizeram pensar o quanto nós Tugas somos imaginativos!

Infelizmente é só isso, imaginação; porque na prática somos muito pouco efectivos naquilo que fazemos, ou não estaríamos sempre na cauda da Europa… Mas a imaginação é algo que se deve exercitar e hoje decidi valorizar três exemplos apanhados em apenas uma tarde de passeio!

Comecei por encontrar uma loja cujo nome era muito sugestivo e adequado à realidade que vivemos… uma medonha crise: Tuta e Meia, era o nome de um estabelecimento que no meu entender tem como missão a venda de produtos por tuta e meia, embora eu tenha sérias duvidas que consiga, pois hoje em dia pouco ou nada custa este valor… seja ele qual for.

Depois deparei-me com a pérola do dia; um nome que ainda me faz pensar sobre o real objectivo. Se chamar clientela ou se alertar para algum facto. Sendo domingo não pude apurar o porquê deste nome, mas decerto não deve ter uma explicação fácil nem simples. Burlamaqui nunca deveria ser um nome de loja se atentássemos às regras e boas práticas do sector comercial, principalmente na área de Marketing onde suspeito, este nome seria dado como exemplo a não usar.

Por fim, algo menos inédito mas que não deixa de ser interessante! Um slogan à moda oriental. Bastou olhar para o interior da loja a partir da porta para perceber que se trata de apenas mais uma loja do "Chinês" com todos os artigos normais para este tipo de estabelecimento, ou seja, de tudo um pouco desde que seja “Made in China”.
A única coisa que distingue este de outro qualquer espaço comercial "achinesado" é mesmo o nome, pois num ímpeto de diferenciação, surgiu um atrevido e pouco real uso do termo Fashion, numa ténue alusão ao mundo da moda, à ideia de moderno e arrojado. Ou seja, tudo o que uma loja deste tipo, NÃO tem!

Ficou registada a boa intenção!

Friday, November 10, 2006

As crianças são o futuro…

Todos sabemos que as crianças são o melhor que este mundo tem! Principalmente quando se é pai. Consequentemente, todos queremos o melhor para eles; bem, existem algumas excepções, mas felizmente ainda são um pequeno problema e a justiça lá os apanha de vez em quando.

Querer bem aos miúdos é dar-lhes algum mimo embora seja uma tarefa dura e difícil de controlar, quer a quantidade como a qualidade! No entanto a TV ajuda-nos a mimar os miúdos e o canal Panda é uma dessas ferramentas que apoiam os pais em situações de desespero! :)
Sim, é verdade! Quem já não sentiu vontade de colocar a criança frente ao canal Panda e deixa-lo vidrado na animação (mediana, para ser sincero) e termos uns minutos ou horas de sossego! Todos já passaram por isto, calculo.

No entanto, o Panda não é assim tão nosso amigo como imaginam, senão prestem atenção: estamos ainda longe do Nata mas, um intervalo no Panda significa 10 ou mais minutos de intenso marketing direccionado aos putos… do mais intenso que já vi!
São longos minutos de rápidas sequências de anúncios, curtíssimos mas repetidos vezes sem conta. E a maldade vai ao ponto de os anúncios serem mentirosos para os miúdos (enganosos usando o termo da DECO para adultos), pois simulam acção onde não existe com bonecos de plástico a voarem em cenários maravilhosos e coloridos…

Nem sequer se deram ao trabalho de colocar os tradicionais avisos em letra Arial 4 no fundo do ecrã a informar que os cenários são montagens e que os bonecos só voam quando atirados ao pontapé. Não dizem que a agua dos charcos não vem no pacote e que a prenda que irão receber é só e apenas 1/100 de tudo o que aparece no cenário; neste caso, o boneco de 1cm de altura que foi filmado com uma grande angular e parece ter 1 metro e 50kg de peso.

Por tudo isto, não convém deixar as crianças frente ao canal Panda mais do que o necessário para verem o episódio favorito e logo que detectem o inicio da longa metragem de anúncios, levem-nos para a cozinha para comerem um pão com manteiga, de seguida ao WC para fazerem xixi com consequente lavagem de mãos e boca! Podem até pentear as madeixas à criança que sobram ainda 5 minutos de publicidade.
Leiam-lhe o Capuchinho Vermelho e cantem a Floribela e depois, só depois, voltem à sala onde se espera, esteja prestes a recomeçar outra mini-sessão do Nody ou do Ruca.

O melhor mesmo é ir até ao parque brincar com a criança… deixem o Panda no Zoo e desliguem a TV.

Sunday, November 05, 2006

Espertismo Saloio

É estranho como o civismo das pessoas apenas funciona em seu proveito, nunca em função dos outros…
Hoje presenciei a uma cena digna de um Tuga… ou melhor, de uma Tuga.

Uma senhora de meia-idade, com uma criança a bordo, sem cadeira e parece-me que sem cinto, a cometer uma atrocidade de vulto.
A grandiosidade da sua preguiça aliada à falta de bom senso e pouco cérebro, conjugado com a típica atitude de “Chico-esperteza” saloia portuguesa, levou-a a usar um parque público para cortar caminho de um bairro para outro!

Aconteceu hoje (5 de Novembro de 2006 pelas 11h00) no parque da Charneca da Caparica. A viatura da foto usou o parque para se deslocar da Estrada da Bela Vista para o outro lado do vale, apesar das 2 ou 3 alternativas por estrada (nacional e camarária) disponíveis.

Colocou em risco a vida de crianças, idosos, ciclistas (como o da foto) e animais que por ali passeiam aproveitando os poucos raios de sol destes dias.
Fê-lo impávida e serena, segura da sua atroz acção e sem qualquer ar de culpa ou receio.

Se é destas pessoas que se faz este Portugal… esperavam o quê!?

Friday, November 03, 2006


Carris de Ferro e Morte

Caro José Maia (Director de Operação da Carris),

Em resposta ao seu singelo comentário, retribuo com a clareza e sinceridade de quem tem a humildade de evitar comentar o que não conhece, mas vive a questão em causa na primeira pessoa, 365 dias por ano.
Para si é fácil falar do alto do conforto do seu gabinete e do automóvel da empresa, a qual naturalmente é obrigado a defender.
Para os outros, os que precisam de circular de moto por necessidades profissionais ou logísticas, esses, têm que conviver com a triste realidade de carris escorregadios espalhados por toda a cidade.

E não se venha justificar que os carris inactivos são iguais aos activos ou com a falsa (mas fácil) questão da velocidade porque isso é apenas hipocrisia.
Em qualquer país da Europa existem carris e motociclistas. Todos convivem diariamente com esta realidade. No entanto, a diferença entre a Europa e a Carris é que os carris inactivos são retirados de forma a reduzir o numero de pontos críticos. No nosso país são deixados ao abandono, porque é o mais fácil e menos oneroso para a empresa e apenas para esta.

No meu caso, o custo da vossa hipocrisia (que considero um crime), vai custar várias centenas de euros em danos materiais e porque felizmente não existiram danos pessoais, pois poderia estar morto por vossa culpa.

O que quero transmitir é que nenhum condutor se insurge contra os carris activos, úteis a milhares de utentes dos eléctricos. São úteis e temos que os tolerar e aceitar, resignando-nos à nossa sorte ou falta dela, conforme os dias.
O que me provoca uma desmedida fúria são os carris inactivos (alguns há décadas) mas que continuam no chão, provocando acidentes diariamente quando podiam ser retirados para bem de todos.
Porquê ter um determinado número de pontos de risco quando podiam ser menos se fosse apenas os estritamente necessários? (usando uma alegoria aos caçadores, é o equivalente a matar um coelho com 20 tiros quando 1 chega).

Actualmente, nem a CML conserta a estrada com a desculpa dos carris, nem a Carris os retira... e este ciclo vicioso só prejudica o comum cidadão.
Seja sincero com a sua consciência e admita que, a estas duas entidades (Carris e CML) apenas interessa o lucro e o "tacho" vitalício, sendo a segurança e o respeito por terceiros, a última das preocupações.
Julgo que podemos ficar por aqui porque "palavras" não me recuperam os prejuízos sofridos nem o incomodo provocado pela falta de transporte. Vivo do meu trabalho e não estou empregado em empresas públicas nem vivo à conta dos impostos do povo, pelo que terei de apertar o cinto e recuperar deste imprevisto financeiro (graças à Carris e à CML).