
Carris de Ferro e Morte
Caro José Maia (Director de Operação da Carris),
Em resposta ao seu singelo comentário, retribuo com a clareza e sinceridade de quem tem a humildade de evitar comentar o que não conhece, mas vive a questão em causa na primeira pessoa, 365 dias por ano.
Para si é fácil falar do alto do conforto do seu gabinete e do automóvel da empresa, a qual naturalmente é obrigado a defender.
Para os outros, os que precisam de circular de moto por necessidades profissionais ou logísticas, esses, têm que conviver com a triste realidade de carris escorregadios espalhados por toda a cidade.
E não se venha justificar que os carris inactivos são iguais aos activos ou com a falsa (mas fácil) questão da velocidade porque isso é apenas hipocrisia.
Em qualquer país da Europa existem carris e motociclistas. Todos convivem diariamente com esta realidade. No entanto, a diferença entre a Europa e a Carris é que os carris inactivos são retirados de forma a reduzir o numero de pontos críticos. No nosso país são deixados ao abandono, porque é o mais fácil e menos oneroso para a empresa e apenas para esta.
No meu caso, o custo da vossa hipocrisia (que considero um crime), vai custar várias centenas de euros em danos materiais e porque felizmente não existiram danos pessoais, pois poderia estar morto por vossa culpa.
O que quero transmitir é que nenhum condutor se insurge contra os carris activos, úteis a milhares de utentes dos eléctricos. São úteis e temos que os tolerar e aceitar, resignando-nos à nossa sorte ou falta dela, conforme os dias.
O que me provoca uma desmedida fúria são os carris inactivos (alguns há décadas) mas que continuam no chão, provocando acidentes diariamente quando podiam ser retirados para bem de todos.
Porquê ter um determinado número de pontos de risco quando podiam ser menos se fosse apenas os estritamente necessários? (usando uma alegoria aos caçadores, é o equivalente a matar um coelho com 20 tiros quando 1 chega).
Actualmente, nem a CML conserta a estrada com a desculpa dos carris, nem a Carris os retira... e este ciclo vicioso só prejudica o comum cidadão.
Seja sincero com a sua consciência e admita que, a estas duas entidades (Carris e CML) apenas interessa o lucro e o "tacho" vitalício, sendo a segurança e o respeito por terceiros, a última das preocupações.
Julgo que podemos ficar por aqui porque "palavras" não me recuperam os prejuízos sofridos nem o incomodo provocado pela falta de transporte. Vivo do meu trabalho e não estou empregado em empresas públicas nem vivo à conta dos impostos do povo, pelo que terei de apertar o cinto e recuperar deste imprevisto financeiro (graças à Carris e à CML).
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